segunda-feira, 18 de junho de 2012

Cuidar do lixo que produzimos é um dos primeiros passos para um mundo mais verde






Até algum tempo atrás, falar de lixo era algo que parecia estranho, sem cabimento e fora de contexto no nosso dia a dia. Lixo, aquela coisa que sobra, você junta em um saco plástico e manda embora no caminhão do serviço público de coleta. E depois que o lixo saiu da sua casa, não é mais problema seu e em breve ele estará em um canto bem longe, sem te incomodar. E falar sobre lixo aliado à cidadania? Mais estranho ainda. De que forma, algo considerado com sujo e que era desprezado poderia contribuir para que você se tornasse um ser humano melhor e mais consciente?

Mais uma vez, o que chama atenção é o fator “desprezo”. Assim como diversas outras questões que hoje em dia estão em destaque na mídia (podemos citar as fontes de energia alternativa, as regulamentações ambientais e por aí vai), algo que não tinha muita importância no nosso cotidiano, passa a ser discutido, divulgado e pensado em conjunto. Infelizmente, muita gente ainda pensa no lixo da forma que foi citada logo no início deste texto e isso é algo que precisa mudar.

O ato de pensar em conjunto que faz a diferença para que ações coletivas em relação ao lixo se tornem intrínsecas à nossa condição de cidadãos educados, conscientes e politizados.

A relação entre lixo e cidadania tem início nas atitudes mais básicas e o ponto de partida é uma frase clichê, mas, que pelo fato de ser clichê, não deixa de ser importante: “Não jogue lixo no chão”. De um ponto de vista pessoal, jogar lixo no chão é um dos maiores sinais de falta de educação que pode demonstrar um ser humano. Se a pessoa não cuida do lixo em um ambiente público e não se constrange em ser tachado como mal educado arremessando guimbas de cigarro e latas de cerveja das janelas de veículos, jogando papel de bala e cuspindo goma de mascar no chão, será que ela se preocupa em cuidar do lixo em casa? Será que se preocupa com o impacto de suas atitudes no meio ambiente e na sociedade?

Cidadania é uma questão de educação básica, de cuidado com o que é público, de consciência sobre deveres e direitos e também de educação. Ser cidadão é cuidar do planeta e isso inclui o cuidado com tudo e com todos que nele habitam. Cabe ao governo educar, criar campanhas de conscientização, instaurar a coleta seletiva nos municípios, dar o tratamento adequado aos resíduos e criar programas de redução, reaproveitamento e reciclagem do lixo, mas também cabe ao cidadão fazer a sua parte. Toda mudança só é verdadeira se começa de dentro, com vontade e dedicação. Reduzir, Reutilizar e Reciclar, aliados a uma educação consciente, são os elos de ligação na relação entre Lixo e Cidadania.
Um exemplo que engloba Lixo, Cidadania e Educação

A questão do tratamento do lixo ainda é algo complexo no Brasil e no mundo e muito se discute sobre os impactos de aterros sanitários e lixões, alega-se que estes são contaminadores de solos e rios e grandes inimigos do meio ambiente. A medida mais eficiente que pode ser tomada em relação ao lixo não é aterrá-lo, incinerá-lo ou deixá-lo ao ar livre. No momento, o que cabe ao lixo é repensar o seu tratamento, sua destinação e sua importância social.

Bons exemplos devem ser sempre lembrados e divulgados e por isso citaremos aqui a SLU – Superintendência de Limpeza Urbana – de Belo Horizonte, uma autarquia municipal que trabalha com o conceito de que lixo é sinônimo de trabalho e de inserção social, dando atenção especial à coleta seletiva e à reciclagem.

Desta forma, a SLU trabalha com um Modelo de Gestão de Resíduos Sólidos, cujo objetivo é reduzir a produção do lixo encaminhado para o aterro sanitário, diminuir os impactos ambientais negativos e levar benefícios sociais à população.

Além de criar políticas de coleta, distribuição e destinação do lixo, a SLU desenvolve projetos sociais que beneficiam toda a população. Dentre os diversos projetos da SLU está a UEA – Unidade de Educação Ambiental – que é um espaço interativo para a realização de atividades com enfoque na educação para limpeza urbana e reciclagem de resíduos.

“A Lei Orgânica do Município estabelece que o material proveniente da coleta seletiva domiciliar deve ser destinado prioritariamente para os catadores. O entulho originado da construção civil é processado e reaproveitado, os alimentos em condição de consumo são destinados ao Banco de Alimentos e os demais resíduos orgânicos são processados em uma usina de compostagem.” – Fonte: Site da SLU

Na UEA são atendidas as mais diversas parcelas da população (professores, trabalhadores em educação, estudantes de todos os graus, catadores, carroceiros, servidores da limpeza pública, empresas, instituições, condomínios, associações, lideranças comunitárias, ONGs e grupos organizados). Através de teatros, palestras, aulas, exposições e oficinas, os visitantes da UEA aprendem sobre a importância do pensamento coletivo, da educação ambiental e da inclusão social para a questão do tratamento do lixo.

No mesmo espaço da UEA, ainda funcionam uma Estação de Reciclagem de Entulho de construção civil e o programa de Compostagem de Resíduos Orgânicos.

Projetos que fazem uma visita valer a pena.
As visitas à UEA podem ser agendadas pelo e-mail dvelu@pbh.gov.br ou pelo telefone 156.

Fontes: Coletivo Verde /Link externo: Portal PBH
Fotos: Lusi / Creative Play Plus

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